Nesta quinta-feira (15), cinco famílias entraram em contato com a Santa Casa de Araçatuba (SP) informando que receberam ligação de golpistas que se passavam por funcionários do hospital.
Durante a conversa, os criminosos dizem que o paciente precisa de um medicamento ou exame que não está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Para ter acesso ao serviço de forma gratuita, o paciente teria que aguardar 48 horas, mas, provavelmente, não sobreviveria durante esse período.
Diante dessa situação, pedem dinheiro para que o tratamento seja feito de forma particular.
Duas famílias acreditaram na versão dos suspeitos e caíram no golpe. Elas tiveram o prejuízo total de R$ 9 mil. As famílias são convencidas pelos golpistas que entram em contato e fornecem informações confidenciais sobre os pacientes.
Thelma Cristina Dibes de Andrade, agente de serviços gerais, foi uma das vítimas e perdeu R$ 4 mil. O filho dela está internado no hospital.
Em entrevista, ela contou que durante a ligação os criminosos passaram tantas informações que ficou desesperada.
"Eu me desesperei, quando eles falaram que ele tinha apenas 48 horas eu já imaginei que meu filho não ia resistir, eu tinha que arranjar esse dinheiro de qualquer jeito", conta.
A vítima diz ainda que é revoltante passar por uma situação dessa em um momento tão delicado.
"É uma situação tão delicada que a gente tá passando, é meu filho", explica.
O administrador da Santa Casa, Luiz Otávio Barbosa Vianna explicou que o hospital nunca vai ligar pedindo recursos financeiros para os pacientes.
Se tratando do SUS, o atendimento é absolutamente gratuito, não pode haver nenhum tipo de cobrança. Ainda segundo o administrador, os golpistas de alguma forma têm acesso aos prontuários dos pacientes.
"São informações muito precisas, ou eles estão com acesso ao prontuário ou conseguem indiretamente com alguém que tem esse acesso" , explica.
Luiz explica que a Santa Casa possui 1.700 funcionários e desse total, pelo menos 1.100 têm acesso aos prontuários para realizar os atendimentos.
O hospital orienta as pessoas a procurem a polícia para registrar o golpe e a ligarem na Santa Casa para tirar dúvidas em relação aos atendimentos e ao paciente, antes de fazer qualquer tipo de transferência bancária.
A Polícia Civil vai investigar o caso.