A lava lançada pelo vulcão Cumbre Vieja, na ilha de La Palma, na Espanha, já cobre mais de 166 hectares e destruiu 350 imóveis, segundo dados divugados nesta quinta-feira (23) pelo sistema de monitoramento europeu por satélites Copérnico.
Observações realizadas na última quarta-feira (22), às 15h26 (horário de Brasília), mostram um avanço de 14 hectares da lava, na comparação com a analise feita 36 horas antes, com aumento de 30 imóveis no saldo de construções arrasadas.
O último balanço do Departamento de Segurança Nacional da Espanha, divulgado às 4h desta quinta-feira, por sua vez, aponta para uma área atingida de 150 hectares e 300 imóveis destruídos.
O órgão nacional, além disso, aponta que a erupção segue ocorrendo, embora o vulcão de La Palma, que está localizada nas Ilhas Canárias, entrou em zona de estabilidade e que a velocidade de deslocamento da lava apresentou redução. O rio formado no norte da estrutura é o mais ativo, fluindo a 4 km/h.
Além disso, o Departamento de Segurança Nacional indicou que, entre hoje e amanhã, está prevista a possibilidade de que os gases emitidos pelo Cumbre Vieja a 3 mil metros de altura "comecem a se deslocar para o leste ou nordeste, enquanto os que estão a 1,5 mil metros tem tendência de ida para sudoeste ou sul.
Até o momento, quase 6 mil pessoas precisaram deixar suas casas por causa da lava, em número que está aumentando diaramente, por determinação de retirada feita pelas autoridades.
A ministra da Defesa da Espanha, Margarita Robles, garantiu hoje que a Unidade Militar de Emergências, corpo do Exército do país, estará o tempo que for necessário, "com os meios que forem necessários", na ilha de La Palma, para atuar nos esforços de socorro e de garantia de segurança.
Os reis da Espanha, Felipe e Letícia irão para a região da erupção nesta quinta-feira, em viagem programada para prestar apoio e solidariedade à população local. Os monarcas estarão acompanhados do presidente do governo do país, Pedro Sánchez, que retornou dos Estados Unidos, após participar da Assembleia Geral da ONU.
Chuva ácida
A Agência Estatal de Meteorologia da Espanha (Aemet) informou hoje que é "muito pouco provável", pelo menos ao longo do dia e de amanhã, que haja ocorrência de chuva ácida nas ilhas mais montanhosas do arquipélago das Canárias.
Além disso, o órgão descartou a possibilidade da ocorrência do fenômeno na península e também nas Ilhas Baleares.
Sobre as emissões de gases, a previsão é de que hoje e amanhã haja deslocamento para a região sul, alcançando as ilhas de La Gomera, El Hierro e Tenerife, mas que as maiores concentrações de dióxido de enxofre estariam concentradas em La Palma, mas em altitude superior a habitada.