Identificar o envenenamento em um pet pode ser um desafio para diversos tutores. Além disso, ver o sofrimento do animal pode causar desespero e, consequentemente, piorar as chances de entender a situação e agir de forma rápida e consciente.
O envenenamento em um pet pode ser causado por inseticidas ou outros venenos para combater pragas, mas também por produtos de limpeza e alimentos que possuímos em casa.
Segundo a médica veterinária e professora da Universidade de Sorocaba (Uniso), Bianca Belline, quadros de intoxicação em cães e gatos são frequentes na rotina médica de emergência, sendo geralmente agudos e graves e exigem uma rápida intervenção, além de tratamentos adequados para reduzir o risco de morte do pet.
“A menos que se presencie o momento em que o animal lambeu, ingeriu ou inalou uma substância, é difícil saber a causa da intoxicação. Intoxicações e envenenamentos podem ser acidentais e intencionais, por diversos agentes tóxicos, como medicamentos, plantas, alimentos, pesticidas, raticidas, produtos de limpeza, fumaça/gases e outros animais como sapos, serpentes, aranhas, abelhas, escorpiões, etc”, explica.
Conforme a veterinária, as consequências da intoxicação, incluindo os sinais clínicos no pet e o intervalo de tempo para que estes sinais apareçam variam de acordo com o agente tóxico e a quantidade absorvida.
A flor lírio, por exemplo, é tóxica para os rins do pet e pode levar à insuficiência renal aguda em 48 horas. O contato na pele ou até a ingestão de pesticidas e carbamatos (chumbinhos) pode apresentar sinais poucos minutos após a ingestão e, nestes casos, o risco de morte é alto.
Já a intoxicação por teobromina, uma substância presente no chocolate, pode ocorrer tanto se o pet ingerir uma grande quantidade do doce de uma só vez ou até mesmo pequenas porções em dias seguidos.
“Diversos medicamentos que inclusive são utilizados em bebês e crianças, são potencialmente tóxicos aos pets. Analgésicos como o paracetamol podem comprometer a oxigenação, levando a mucosas ‘roxas’, dificuldade respiratória e morte, principalmente em gatos”, completa a especialista.
Envenenamento com outros animais
Bianca também explica que os animais também podem se intoxicar pelo contato com outros animais. Cães, por exemplo, gostam de caçar sapos. Neste caso, segundo a veterinária, o envenenamento ocorre quando o cão o morde e o veneno é liberado na boca do pet.
“Imediatamente, sinais clínicos como salivação excessiva, incoordenação de movimentos, pupilas dilatadas, convulsões e morte podem ocorrer, dependendo da quantidade de veneno absorvida.”
Os sinais clínicos de intoxicações nos pets variam, segundo Bianca, como por exemplo:
Salivação;
Desconforto;
Taquicardia;
Vômitos;
Diarreia;
Apatia ou agitação excessiva;
Prurido (coceira) e alterações na pele;
Convulsões;
Hemorragias;
Perda da consciência;
Dificuldade respiratória;
Coma;
Morte.
Se o tutor notar algum dos sintomas no pet, a recomendação é procurar o atendimento veterinário o mais rápido possível. Caso o cão tenha abocanhado o sapo, por exemplo, a boca do animal deve ser lavada com bastante água. Se o agente tóxico teve contato com a pele, a recomendação é lavar o local.