Em retórica de contestação das pesquisas eleitorais - cujos resultados vão se confirmando nas urnas -, Bolsonaro dizia que a eleição se encerraria na primeira fase e seria ele o vencedor. Como mostravam as sondagens, e agora os números oficiais, o prognóstico não se realizou. O presidente reiteradamente colocou em xeque o sistema eleitoral.
Mais de 156 milhões de brasileiros estavam aptos a votar e, de novo, colocaram entre os dois primeiros colocados um petista e Bolsonaro. Neste ano, Lula chegou à frente e é apontado, segundo pesquisas de intenção de voto, como o favorito para voltar à Presidência. Em 2018, Bolsonaro liderou a corrida e venceu Fernando Haddad (PT), que substituiu Lula nas urnas em razão de o ex-presidente cumprir pena na Polícia Federal, em Curitiba.
O petista havia sido condenado pelo ex-juiz Sérgio Moro no caso do triplex do Guarujá (SP) no âmbito da Lava Jato. A operação revelou o esquema de desvios na Petrobras. Lula passou 580 dias na cadeia, e o tema corrupção se torno espinhoso para o petista na atual campanha.
Em 2021, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou todas as condenações impostas pela Justiça Federal do Paraná. O plenário referendou, por oito votos a três, a decisão de Fachin. Neste domingo, o petista relembrou o tempo na cela.
"Há quatro anos atrás eu não pude votar porque eu tinha sido vítima de uma mentira neste país e eu estava detido na Polícia Federal exatamente no dia da eleição", disse Lula ao votar em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. "Tentei fazer com que a urna fosse até a cela para eu votar, não levaram. E quatro anos depois eu estou aqui, votando com reconhecimento da minha total liberdade e com a possibilidade de voltar a ser presidente da República deste País", afirmou o petista, que se disse "muito feliz".