Três Lagoas registrou nesta semana o primeiro caso de infecção de varíola dos macacos (monkeypox) e acendeu o sinal de alerta. Autoridades locais da Saúde não descartam o risco de uma epidemia da doença no país. Segundo o médico da Família e Comunidade do setor, Vinícius Neves, caso a doença se torne pandêmica em Três Lagoas, os profissionais da saúde estão recebendo orientações para diagnosticarem com rapidez e prescreverem tratamento eficaz, visando evitar que os sintomas se agravem.
Segundo a Vigilância Epidemiológica (Vigep), o paciente é um um homem de 32 anos, sem histórico de viagens ou contatos com casos suspeitos ou positivos para a doença. Os sintomas começaram dia 16 de agosto com lesões na pele semelhantes a espinhas, tendo poucos dias depois aparecido também ínguas. O paciente está em isolamento domiciliar e sem contato com os outros familiares da casa, que também estão em quarentena e em observação.
A Vigilância informou, por meio de nota, que ele está clinicamente bem, tem sido acompanhado e tratado em domicílio desde o dia 19 de agosto, quando passou por atendimento médico e recebeu o atestado. As lesões estão praticamente curadas.
O médico destaca que mesmo sem possuir histórico de viagem, o paciente pode ter tido contato com uma pessoa já infectada sem saber. “Já que a contaminação é muito fácil. Só de encostar a sua pele com a outra contaminada já há infecção ou por saliva. Daí a importância da máscara. Durante a pandemia da Covid-19, no entanto, a máscara era ainda mais importante porque o coronavírus se transmitia mais facilmente por vias aéreas. Na monkeypox, há transmissão, mas em menor proporção”, orienta.
INVESTIGAÇÃO
O Setor Epidemiológico informou ainda que outros 12 casos estão sendo investigados, em Três Lagoas. Inclusive os familiares do caso positivo.
De acordo com o médico, entre os 12 moradores que estão sendo monitorados, parte deles, tiveram contato com pessoas infectadas. “Outros viajaram para locais onde há casos confirmados e outros não possuem nem histórico e nem contato anterior com alguém contaminado. É necessário aguardar pelo resultado laboratorial, que pode levar alguns dias. No caso deste primeiro paciente, por exemplo, a coleta ocorreu em 19 de agosta, mas o resultado só chegou 11 dias depois. Por isso é tão importante fazer o isolamento ao aparecer a primeira suspeita e comunicar equipes da saúde, em qualquer postinho, UPA ou hospital da cidade, para realizar a testagem o quanto antes”, informa Neves.