O plano de governo do candidato ao Palácio dos Bandeirantes Tarcísio de Freitas (Republicanos) não traz nenhuma política voltada para a população negra, povos indígenas ou grupos LGBTQIA+.
A candidatura do ex-ministro da Infraestrutura é apoiada por Jair Bolsonaro (PL), mas como mostrou a coluna Painel, do jornal Folha de S.Paulo, o nome do presidente não aparece no documento, que tem 43 páginas.
Na área de desenvolvimento social, o pré-candidato reúne propostas para as áreas da saúde, educação, segurança pública e ações voltadas para a população vulnerável, que engloba pessoas vivendo na pobreza.
Há ainda políticas voltadas para a população de rua, mas em nenhum momento o documento cita palavras como "negro", "negra" ou "indígenas".
Em contrapartida, os outros candidatos mais posicionados nas pesquisas de intenção de voto, Fernando Haddad (PT) e Rodrigo Garcia (PSDB) apresentaram propostas específicas para estes grupos.
No plano de governo, Tarcísio ainda critica a gestão de Rodrigo Garcia e de seu antecessor, o ex-governador João Doria (PSDB), mas sem citá-los nominalmente. As medidas de isolamento adotadas no combate à Covid-19 no estado também foram reprovadas por ele.
"A incapacidade das gestões anteriores, com aumento intensivo de impostos, falta de atuação em segurança, saúde e educação, somado à gestão inadequada da pandemia, que impediu as pessoas de saírem de casa em nítida atitude de confronto e sem diálogo com a sociedade, fez com que significativa parcela da população perdesse seu sustento, o que ampliou a pobreza e fome em nosso estado", diz a primeira parte do documento.
Por outro lado, o plano de governo também não traz palavras ligadas a ideologias e bordões associados a Bolsonaro, como "Deus" e "pátria". O pré-candidato afirma que seu propósito será "servir, legar e retribuir".