A farmacêutica norte-americana Pfizer anunciou nesta segunda-feira (27) o avanço dos estudos clínicos de um medicamento antiviral oral para o tratamento de adultos que foram expostos à Covid-19.
A fase 2/3 do estudo, chamado EPIC-PEP (abreviação em inglês para "avaliação da inibição de protease para Covid-19 em profilaxia pós-exposição"), vai recrutar indivíduos com 18 anos ou mais que vivam na mesma casa com alguém que teve diagnóstico positivo da infecção pelo coronavírus.
Serão inclusos 2.660 participantes em todo o mundo. Dois terços receberão a combinação da droga experimental coadministrada com uma baixa dose de outro antiviral, o ritonavir, por duas vezes ao dia por cinco ou dez dias, a depender do grupo. O restante dos voluntários receberá placebo.
Como o estudo é duplo-cego, não será informado aos pacientes o que eles estão tomando. Este é um protocolo usado mundialmente para testar a eficácia de vacinas e medicamentos.
“Se for bem-sucedida, acreditamos que esta terapia pode ajudar a interromper o vírus precocemente — antes que ele tenha a chance de se replicar extensivamente — potencialmente prevenindo doenças sintomáticas em pessoas que foram expostas e inibindo o início da infecção em outras pessoas”, disse em comunicado Mikael Dolsten, diretor científico e presidente de Pesquisa, Desenvolvimento e Medicina Mundial da Pfizer.
Segundo a empresa, o medicamento seria um complemento à proteção fornecida pelas vacinas, que já têm impactado na redução significativa de hospitalizações e mortes onde há uma cobertura vacinal significativa da população.
Outro estudo conduzido pela Pfizer com a mesma combinação de medicamentos envolve o tratamento de pessoas com diagnóstico confirmado de Covid-19.
A farmacêutica MSD espera ter resultados de um antiviral oral, o molnupiravir, até o fim de outubro. Os estudos estão em fase final, e a empresa quer apresentar um pedido de uso emergencial às autoridades reguladoras ainda em 2021.