O governo do estado de São Paulo anunciou, nesta sexta-feira (26), a prorrogação da fase emergencial do plano de flexibilização econômica para combater a pandemia do coronavírus até o dia 11 de abril. Essa etapa reúne as regras mais rígidas de circulação e distanciamento social desde o início da pandemia. O anúncio foi feito pelo vice-governador do estado, Rodrigo Garcia, durante coletiva de imprensa, no Palácio dos Bandeirantes.
O coordenador do Centro de Contigência do Coronavírus de São Paulo, Paulo Menezes, afirmou que o estado soma nove dias em fase vermelha, seguidos de 12 dias na fase emergencial, como determina o Plano São Paulo. "Começamos a ver um resultado positivo desse período positivo", diz. "Mas ainda vivemos num cenário dramático."
Entre os dias 11 a 25 de março, houve um crescimento de 2,2% pacientes internados em UTI Covid no estado. "Há um aumento de casos, mas em uma velocidade um pouco menor do que havíamos tido nos últimos dias", disse Menezes. "Com isso, o governo tomou a decisão de prorrogar a fase emergencial até 11 de abril. Nesse período, vamos começar a observar uma redução de casos graves e vamos acumulando isso com o efeito protetor da vacinação que está sendo feita nas faixas etárias mais idosas."
O órgão também recomendou a realização de barreiras sanitárias, a suspensão de operações descida, blitz para coibir aglomerações e fiscalizações para garantie adoção dos protocolos sanitários.
A fase emergencial entrou em vigor no último dia 15 e estava prevista para vigorar até 30 de março. Entre as regras, estão o fechamento de parques e praias, toque de recolher entre 20h e 5h, além de limitação específica para restaurantes e lanchonetes, que podem apenas funcionar nos sistemas drive-thru e delivery.
As escolas estaduais também ficaram em recesso no período, com a permissão para alunos que precisam da merenda escolar. São Paulo sugeriu que as escolas municipais e privadas seguissem a mesma medida.
Na quarta-feira (24), o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, Paulo Menezes, admitiu a possibilidade de estender fase emergencial por 15 dias em todo o estado. No entanto, na ocasião, o médico ressaltou que os números de casos, internações e óbitos mudam constantemente, o que pode influenciar a decisão do órgão.
"Avaliamos a situação a partir de dados que tinhamos até segunda-feira. É possível que seja necessária a extensão da fase emergencial por, quem sabe 15 dias, mas esses números mudam. São avaliações dinâmicas. Trabalhamos assim, junto ao governador, continuamos avaliando os números para que o governador possa tomar a melhor decisão."
O endurecimento das regras de combate à pandemia é uma resposta ao agravamento do número de casos, internações e mortes pela doença em todo o estado. Nesta sexta-feira, as taxas de ocupação de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) está em 91,6% no estado e na Grande São Paulo.
De acordo com o secretário estadual de saúde, Jean Gorinchteyn, havia em São Paulo em fevereiro do ano passado, na rede pública e privada, 3.500 leitos de UTI em fevereiro de 2020. Em maio, eram 5.786, e em julho, no pico da pandemia, 9.819. Hoje, o estado possui 13.834 leitos de UTI. Destes 9.581 públicos. Isso significa dizer que houve um aumento de 8.048 leitos de UTI, o que representa 140%.
No último mês, segundo Gorinchtey, houve um aumento de 4.593 leitos, um aumento de 50% em relação ao mês anterior. Em fevereiro, havia 9.241 leitos, e em, março, 13.834. Já nos hospitais de campanha, desde o 1º pico da pandemia, houve ampliação de 212 leitos de UTI covid, o que representa 46% a rede de atendimento. Em julho do ano passado, eram 463 leitos e, neste mês de março, 675.
Dessa forma, segundo a secretaria estadual da saúde, possui atualmente 35.454 mil leitos, uma ampliação de 17.277 em relação ao número disponível em maio do ano passado.